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Um mês se passou no reino de Nemêsia. Metade do reino estava
contente com o governo de Hórus. Quem era essa metade? Ele mesmo e os animais
cujo o bando ainda não havia sido atacado pelas vorazes leoas caçadoras.
A outra metade queria matá-lo do jeito mais doloroso
possível pois o rei vivia dando punições aos que faziam algo que ele não
gostasse. Apesar disso, ele não era um rei de tudo ruim.
Hórus: Naridi! – Chamou ele dentro da caverna.
Nadiri: Sim, querido?
Hórus: Chame Kamaire e as outras para ir caçar! Eu estou
faminto.
Nadiri: Hum...Claro.
Hórus: Ah, e venha mais cedo para a caverna hoje. Tenho algo
a tratar com você.
Nadiri: Tudo bem. Até mais tarde.
Ela se despediu com um aceno de cabeça e desceu sem pressa
até o Pátio. Seguiu calmamente observando cada detalhe do reino, desde os leões
que corriam e andavam por aí, até a flora tão viva naquela parte da região.
Como ela gostava daquele reino. Hórus estava fazendo um bom trabalho como rei,
ela tinha que admitir.
Nadiri na verdade não gostava muito de o ter como marido,
mas ela o respeitava assim como ele respeitava ela. Estava sempre descansada e
disposta, mas os trabalhos como rainha não lhe remuneravam muito tempo para
passar se divertindo.
Enquanto se perdia em pensamentos nem percebeu que já havia
chegado a entrada da caverna dos súditos. Ela não achava justo que sua própria
irmã e mãe dormisse em um lugar inferior ao dela, mas não deu jeito para fazer
o marido voltar atrás.
Nadiri: Kamaire! Vamos caçar.
Kamaire: Já? A caça é só daqui à uma hora...
Nadiri: Ordens do rei. Venha, quanto antes começarmos, antes
terminaremos.
Kamaire: Certo. Vou reunir as leoas. Espere na entrada, por
favor.
Nadiri ficou onde estava e esperou Kamaire deixar todas as
leoas dentro da caverna enfileiradas, aguardando todas se reunirem. Enquanto
esperava a irmã chegar, Nadiri se sentiu observada. O grupo de Tamo, Fred e
Jorge passava. Hórus provavelmente os havia mandado caçar também, provavelmente
só para que Tamo deixasse de ficar observando Nadiri o dia inteiro.
Os outros pararam para cumprimentar as leoas, observados por
Hórus, ao longe. O rei era muito ciumento.
Tamo: Olá meninas! Olá majestade!
Nadiri: Tamo, já disse pra não me chamar assim.
Tamo: Ora, majestade,
se eu não o fizer, Hórus deixa eu e meu grupinho sem comer. Não quer isso não?
Nadiri: Eu vou falar com ele assim que possível. E- Nadiri
foi interrompida por Kamaire, que chegara trazendo as outras leoas.
Kamaire: Cheguei! Ah, oi Tamo.
Tamo: Oi... – Ele disse desanimadamente.
Nadiri: Bem, nós terminamos a conversa outra hora, tenho que
ir. Vamos Kamaire?
Kamaire: Vamos, Nadiri.
Hórus chegara de repente.
Hórus: Ora, ora, se não é meu querido súdito Tamo e seus
amiguinhos. – Os leões ali presentes fizeram pequenas reverências, mesmo que
alguns ali não o quisessem. Mas Tamo, e claro, Nadiri, ficaram parados no
lugar.
Hórus: Tsc, tsc. Já esqueceu como se reverencia, Tamo?
Tamo: Olá, majestade. – Tamo disse secamente, com uma
reverência forçada.
Hórus: Assim que eu gosto, submissão. Você vai caçar também, como lhe pedi?
Tamo: Sim.
Hórus: Majestade.
– O rei completou.
Tamo: Majestade. – Repetiu Tamo.
Hórus deu um sorriso de satisfação e chamou Nadiri, dando a
Kamaire a tarefa de liderar a caça do dia. Depois de bem longe do rei, Fred,
Jorge e Tamo, acompanhados de uma dezena de leoas, xingaram Hórus e o mundo de
todos os nomes que conheciam.
Chegando no lugar da caça, os leões se separaram em quatro
grupos, como mandara o rei. Um grupo caçaria as gazelas, outro os Impalas,
outros os javalis e outros os Gnus. Kamaire e Fred ficaram no grupo dos
Impalas.
Após a caça, todos haviam tido sucesso e trazido ao menos
uma presa para o Pátio. Hórus somente ficou satisfeito após criticar um por um.
Então comeram igualmente, pois Hórus era justo na hora de dividir a comida. Não
era um reino muito populoso, de qualquer forma, então a comida sempre sobrava,
e o rei não deixava desperdiçar nada.
Jogava o resto para
as hienas, que viviam no reino sem incomodar ninguém, e bem satisfeitas com a
fartura que sobrava após cada caça, e ajudavam a proteger o reino, fiéis como
um cão. Nem pareciam hienas de verdade.
A tarde se passou sem nenhum empecilho, com as hienas e
leões patrulhando as fronteiras. No final da tarde, Nadiri de despediu e voltou
para a caverna real, como Hórus havia recomendado pela manhã.
Nadiri: Hórus, o que você queria de mim? – Ela disse
entrando.
Hórus: Gosto de ser direto, Nadiri. Quero herdeiros.