O começo - cap. 14

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Cidra, Kamaire e Nadiri se aconchegaram umas nas outras, Joshua tentou fazer o mesmo, mas foi impedido por Nadiri, ela agora apoiava a mãe, e tinha razão, pois Joshua tinha errado. Apesar de tudo, Kamaire ainda gostava do pai, ele era como um ídolo para ela, e por isso, esperou a mãe e a irmã dormirem, e se deitou entre as patas do pai, acordado, e olhando as estrelas, na entrada da caverna.
Kamaire: Pai, não estou conseguindo dormir.
Joshua: Você precisa tentar, filha, deve estar muito cansada.
Kamaire: Eu sei, mas o sono não vem!
Joshua: Quer saber? Vou levar você à um lugar que meu pai me levou quando eu era príncipe.
E assim caminhavam, falando enquanto iam andando:
Kamaire: Mamãe sempre disse que ela era a herdeira.
Joshua: Ela é! Eu e sua mãe somos herdeiros, mas eu sou um “príncipe forasteiro”, como sua mãe me chamava. Nasci em Brute Nguvu, que significa força bruta. Mas meu pai sempre achou que eu era diferente dos outros filhotes assim que nasci. Lá no meu reino tínhamos costume de fazer uma cicatriz na fronte dos filhotes machos quando nasciam, pois assim acreditavam que assim o leão se tornava mais resistente nas lutas.
Kamaire: Que horrível!
Joshua: Sim, muito primitivo, eu sei. Por isso meu pai, um rei chamado Tofauti, simplesmente decidiu que eu não deveria ganhar a cicatriz, pois isso ia me fazer um príncipe normal. Os machos do reino se enfureceram, alegando que eu tive que passar por um trauma que eu não passaria se quebrasse a tradição.
Kamaire: Não era culpa sua!
Joshua: Eu sei. Tofauti foi esperto. Então, dois dias depois de meu nascimento, os leões ameaçavam-o derrubarem ele do trono se não me fizesse uma cicatriz. Seu avô reuniu todas as leoas mais chegadas a ele, que eram muitas, e disse que tinha um plano.
Kamaire: E qual era o plano, papai?
Joshua: Ele disse às leoas para reunir todas as outras leoas do reino que haviam se juntado à rebelião. Os tecelões, amigos dele desde a infância, teciam redes de cipós grande o suficiente para aprisionar as leoas. Se os leões não deixassem o reino, ele prenderia cada rede na área de caça dos Mbayas, como eles chamavam os humanos, que significa “feios”.
Joshua fez uma pausa como se lembrasse procurar mais detalhes.
Joshua: As leoas aceitaram, e em cinco dias fizeram o combinado. Não havia mais nenhuma leoa no reino. Os machos não hesitaram em deixar o reino. E meu pai matou, uma por uma, com suas próprias garras, as leoas que havia aprisionado, enquanto dormiam infelizes nas redes dos tecelões.
Kamaire: Que cruel!
Joshua: Sim, sim.
Kamaire: E o que aconteceu?
Joshua: Te digo amanhã, já está muito tarde.
Kamaire: Não, conta agora!
Joshua: Vamos dormir, Kamaire.
Kamaire percebeu que não havia como discutir com o pai, então deixou que ela o carregasse, e foram para a caverna.
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Bom, mais um cap, espero que gostem. Flws!



1 comentário

Pri em 13 de novembro de 2014 às 12:54

Awww, a Kamaire é mesmo amigona do pai! Mesmo com ele errando...Continua, quero saber o que acontece na história que ele tá contando! XD!

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