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Cidra,
Kamaire e Nadiri se aconchegaram umas nas outras, Joshua tentou fazer o mesmo,
mas foi impedido por Nadiri, ela agora apoiava a mãe, e tinha razão, pois
Joshua tinha errado. Apesar de tudo, Kamaire ainda gostava do pai, ele era como
um ídolo para ela, e por isso, esperou a mãe e a irmã dormirem, e se deitou
entre as patas do pai, acordado, e olhando as estrelas, na entrada da caverna.
Kamaire:
Pai, não estou conseguindo dormir.
Joshua:
Você precisa tentar, filha, deve estar muito cansada.
Kamaire:
Eu sei, mas o sono não vem!
Joshua:
Quer saber? Vou levar você à um lugar que meu pai me levou quando eu era príncipe.
E
assim caminhavam, falando enquanto iam andando:
Kamaire:
Mamãe sempre disse que ela era a herdeira.
Joshua:
Ela é! Eu e sua mãe somos herdeiros, mas eu sou um “príncipe forasteiro”, como
sua mãe me chamava. Nasci em Brute Nguvu, que significa força bruta. Mas meu
pai sempre achou que eu era diferente dos outros filhotes assim que nasci. Lá
no meu reino tínhamos costume de fazer uma cicatriz na fronte dos filhotes machos
quando nasciam, pois assim acreditavam que assim o leão se tornava mais
resistente nas lutas.
Kamaire:
Que horrível!
Joshua:
Sim, muito primitivo, eu sei. Por isso meu pai, um rei chamado Tofauti, simplesmente
decidiu que eu não deveria ganhar a cicatriz, pois isso ia me fazer um príncipe
normal. Os machos do reino se enfureceram, alegando que eu tive que passar por
um trauma que eu não passaria se quebrasse a tradição.
Kamaire:
Não era culpa sua!
Joshua:
Eu sei. Tofauti foi esperto. Então, dois dias depois de meu nascimento, os
leões ameaçavam-o derrubarem ele do trono se não me fizesse uma cicatriz. Seu
avô reuniu todas as leoas mais chegadas a ele, que eram muitas, e disse que
tinha um plano.
Kamaire:
E qual era o plano, papai?
Joshua:
Ele disse às leoas para reunir todas as outras leoas do reino que haviam se
juntado à rebelião. Os tecelões, amigos dele desde a infância, teciam redes de
cipós grande o suficiente para aprisionar as leoas. Se os leões não deixassem o
reino, ele prenderia cada rede na área de caça dos Mbayas, como eles chamavam
os humanos, que significa “feios”.
Joshua
fez uma pausa como se lembrasse procurar mais detalhes.
Joshua:
As leoas aceitaram, e em cinco dias fizeram o combinado. Não havia mais nenhuma
leoa no reino. Os machos não hesitaram em deixar o reino. E meu pai matou, uma
por uma, com suas próprias garras, as leoas que havia aprisionado, enquanto
dormiam infelizes nas redes dos tecelões.
Kamaire:
Que cruel!
Joshua:
Sim, sim.
Kamaire:
E o que aconteceu?
Joshua:
Te digo amanhã, já está muito tarde.
Kamaire:
Não, conta agora!
Joshua:
Vamos dormir, Kamaire.
Kamaire
percebeu que não havia como discutir com o pai, então deixou que ela o
carregasse, e foram para a caverna.
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Bom,
mais um cap, espero que gostem. Flws!
1 comentário
Awww, a Kamaire é mesmo amigona do pai! Mesmo com ele errando...Continua, quero saber o que acontece na história que ele tá contando! XD!